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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Principais dúvidas sobre Reprodução Humana-Parte II

3. É verdade que a contagem de espermatozoides humanos está em declínio?
Desde 1974, várias pesquisas têm indicado que a contagem de espermatozoides humanos foram reduzidos pela metade em várias populações em regiões industrializadas nos últimos 60 anos ou mais.

Entretanto, essa conclusão tem sido contestada por várias razões, principalmente pelo fato de que alguns estudos não encontraram nenhuma evidência de um declínio na contagem de esperma. Verificou-se que isso acontece porque há diferenças marcantes na contagem de esperma de populações de locais e épocas diferentes. Também foi sugerido que a redução no número de espermatozoides decorreu de mudanças nos métodos de contagem.

No entanto, esses mesmos métodos foram utilizados para avaliar as contagens de esperma em animais de fazenda tais como bois, ovelhas e porcos, e nenhum declínio foi constatado no número de espermatozoides entre os animais.

A boa notícia é que a contagem nos humanos ainda não caiu para níveis que ameacem severamente a fertilidade, e essa diminuição pode se estabilizar logo. O mais preocupante, neste ponto, é que o declínio da contagem de esperma está acompanhado por um aumento acentuado em anormalidades do sistema reprodutor masculino – testículos que não descem para o saco escrotal e desenvolvimento anormal do pênis – em conjunto com taxas mais elevadas de câncer no testículo e de próstata.

As evidências sugerem um efeito ambiental de algum tipo, que afeta apenas os seres humanos. Vários fatores têm sido indicados como os grandes vilões, mas os candidatos mais prováveis são as toxinas ambientais que imitam a ação dos hormônios esteroides.

4. O ciclo reprodutivo da mulher é regular?

O modelo do ciclo menstrual humano, com a ovulação e a concepção acontecendo regularmente perto da metade do ciclo, formou a base para o pensamento médico desde 1930. Este modelo, porém, necessita de uma revisão radical. A noção de ovulação regular no meio do ciclo é em si apenas uma abstração estatística. Ciclos menstruais apresentam variações consideráveis tanto em duração, rotineiramente variando entre três e cinco semanas, quanto no momento exato da ovulação, em relação à menstruação.

Um importante fato sobre esse assunto em particular tem sido estudado por cientistas e pode levar a uma descoberta revolucionária. Pesquisas apresentam evidências de que o esperma pode ser armazenado por dias dentro no útero humano. Isto significa que a relação sexual necessária à concepção pode ocorrer até 10 dias ou mais antes da ovulação.

Isto levanta grandes problemas para o “método do ritmo” de contracepção, que conta com a sabedoria até agora aceita que o esperma e os óvulos possuem duração de vida estritamente limitada, sobrevivendo apenas dois dias e um dia, respectivamente. Na prática, o método do ritmo (mesmo com melhorias) é muito pouco confiável.

O pior de tudo é que evitar a relação sexual na época da ovulação acaba, na realidade, aumentando o risco de fertilização de espermatozoides ou óvulos “velhos” e, por conseguinte, o risco de anomalia fetal. Vários estudos indicam que isto é, de fato, o que acontece.

5. Por que o parto humano é um processo tão longo e doloroso?


O nascimento de um ser humano é um processo desafiador, que geralmente dura várias horas, ao invés de apenas uma ou duas horas como em macacos. Isto se dá basicamente porque os nossos recém-nascidos são extraordinariamente grandes – duas vezes maior que os bebês de grandes macacos – e têm cérebros particularmente grandes.

Durante o nascimento, o bebê humano gira de uma forma complexa, com o resultado que sua cabeça normalmente acaba voltada para as costas da mãe, em vez de para a frente, como em outros primatas. As medições médicas revelam que, no momento do parto, o tamanho da cabeça do recém-nascido é levado ao limite.

As dimensões biológicas dos seres humanos geralmente possuem um formato padrão de sino, que os estatísticos chamam de uma distribuição normal. Na hora do parto, entretanto, duas curvas à primeira vista incompatíveis se encontram: a extremidade larga da cabeça do recém-nascido com a extremidade estreita do canal pélvico.

Em um processo chamado de “poda genética”, a seleção natural infelizmente agiu contra as cabeças grandes dos bebês e os canais pélvicos pequenos das mulheres. O ajuste é tão apertado que o cérebro humano ainda tem muito o que crescer após o nascimento. Em outros primatas, o cérebro do recém-nascido é cerca de metade do seu tamanho adulto, mas em seres humanos, o cérebro possui apenas um quarto do tamanho do órgão adulto.

 


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